O escritor angolano Valter Hugo Mãe, em seu belo romance O filho de mil homens, descreve o amor como “uma predisposição natural para se favorecer alguém”, uma certa naturalidade de “ser, sem sequer se pensar, por outra pessoa”.
Tal como o amor de Mãe, o terapeuta é um estar com o outro. Antes de todas as técnicas apreendidas, das leituras adquiridas e das vivências empreendidas, o terapeuta é um ser cuidador. É aquele que se debruça generosamente sobre os anseios do outro pela via do afeto, da escuta, da empatia.
Um observador sensível que se põe a serviço do envolvimento humano, através de uma escuta dedicada e atenciosa, para contribuir com o processo de cura.
Ser terapeuta é um ato de humanidade, de conexão com o coração. Requer empatia, afeto, sensibilidade, carinho e a compreensão de enxergar o outro como a sua extensão no existir.